quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Mulheres com endometriose têm mais que o dobro de problemas sexuais



Mulheres com endometriose têm mais que o dobro de problemas sexuais em relação a mulheres sem a doença, de acordo com pesquisa da ginecologista Flávia Fairbanks, publicada pela USP (Universidade de São Paulo).
A endometriose acontece quando há problemas na saída do tecido endometrial, que descama normalmente durante a menstruação. Em vez desta mucosa que recobre o útero ser eliminada, ela gruda em outras partes do corpo, como os ovários ou a bexiga, e gera lesões.  
Cerca de 6,5 milhões de brasileiras têm endometriose e sofrem com os sintomas, que vão de intensas cólicas menstruais à dificuldade para engravidardor na barriga e dor durante o sexo.
A pesquisa analisou 583 mulheres, sendo que 254 pacientes tinham endometriose e 329 mulheres não tinham a doença. Na avaliação geral, 43,3% das pacientes com endometriose apresentaram disfunções sexuais, entre as sem a doença as disfunções ocorreram em apenas 17,6%.
Passei três anos conversando com mulheres doentes e elas perdiam o desejo sexual, a excitação. Algumas nunca tinham orgasmos e outras desistiram da vida sexual devido à dor."
Flávia Fairbanks, ginecologista
Normalmente, de acordo com Fairbanks, o maior problema sexual entre mulheres é a falta de vontade de ter relação, um transtorno mais comum. Porém, no grupo de pacientes com endometriose, as taxas de dor tiveram números mais altos.
Com o estudo, a ginecologista conclui que existe relação direta entre a doença e a piora do sexo e pede que o acompanhamento médico leve o tema em consideração durante o tratamento.

Não é só um problema físico

Nas consultas de rotina, os ginecologistas se preocupam em achar o órgão que a endometriose afetou e lidar com a infertilidade, mas a doença não atrapalha apenas o físico das mulheres. A pesquisa revela também que um terço das pacientes tinha depressão ou ansiedade severa associada à endometriose.
"Precisamos conversar sobre sexo desde a primeira consulta, olhar para o psicológico, as disfunções sexuais afetam a qualidade de vida."
"Não falamos em cura, pois cura é quando podemos afirmar que não vai mais voltar. Mas é possível controlar a endometriose e ficar sem os sintomas, mantendo sempre a vigilância", diz Fairbanks.
Dependendo do nível da doença, as pacientes afetadas conseguem engravidar e até fazer parto normal sem impedimentos. A gravidez pode beneficiar as mulheres, como a menstruação não ocorre durante os nove meses e o período de amamentação, os sintomas da endometriose acalmam. 

Redução de mamas: estética ou necessidade?


O Brasil é o segundo país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo, segundo levantamento da International Society of Aesthetic and Plastic Surgery feito em 2015, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A redução de mamas está em 6º lugar no ranking brasileiro de procedimentos mais procurados.
Também conhecida como mamoplastia redutora, a redução de mamas remove o excesso de gordura, o tecido glandular e a pele para atingir um tamanho de mama proporcional com o seu corpo e aliviar o desconforto associado a seios muito grandes.
Além do incômodo estético, a hipertrofia mamária (ou mama excessivamente grande) pode causar dores crônicas nas costas, pescoço e ombros, irritação da pele abaixo do sulco da mama, depressão nos ombros (no lugar das alças do sutiã) devido ao peso dos seios, além de vícios na postura. Limitações para exercer atividades físicas e cotidianas e dificuldades para encontrar sutiãs e biquínis apropriados também fazem parte do dia a dia de quem sofre com esta situação.

Qualquer mulher que tenha hipertrofia mamária pode realizar o procedimento, mas o ideal é que o desenvolvimento da mama esteja completo, o que acontece por volta dos 17 anos de idade. Acima dos 40 anos, é essencial que antes da cirurgia seja feita uma avaliação das mamas para excluir neoplasia, o que inclui o exame clínico e exames complementares (mamografia, ultrassonografia e ressonância de mamas) caso necessário.
Alguns pontos precisam ser levados em consideração pelo cirurgião na hora de determinar o volume do tecido mamário que será removido: biotipo, idade, gostos e atividades da paciente devem estar em harmonia com o tamanho dos seios.
Fatores como idade, gravidez e aumento de peso podem fazer com que os seios aumentem de tamanho novamente, mesmo após a cirurgia. Por isso, hábitos de vida saudáveis ajudam a prolongar o resultado obtido.

Jovem quase morre após contaminação por absorvente


Em caso raro, a britânica Phoebee Bambury, de 19 anos, quase morreu após contrair a Síndrome do Choque Tóxico (SCT), causada pelo uso de um absorvente interno.  A jovem contou à rede BBC que deu entrada no hospital após reconhecer os sintomas – febre, enxaqueca, dores musculares e vômitos – da contaminação grave causada por bactérias.
A SCT é causada por bactérias que liberam toxinas letais no organismo e caso não seja rapidamente tratada pode culminar em insuficiência renal aguda e até mesmo em morte. Embora possa ser provocada por vários fatores, ela geralmente está associada ao uso de absorventes internos por longos períodos. Tanto que é possível encontrar a descrição dos sintomas da doença em algumas embalagens desses produtos. As marcas também alertam sobre o período máximo de utilização de cada absorvente, que costuma ser de oito horas. No entanto, a jovem afirma que não ultrapassou o tempo limite.
De acordo com a ginecologista Rita Dardes, a forte relação entre a síndrome e o uso de absorventes internos acontece devido ao acúmulo de sangue menstrual associado à composição dos absorventes internos que favorece a proliferação da bactéria. No entanto, a médica reforça que atualmente os casos de SCT devido ao uso de absorventes internos são pouco prováveis pois o material dos absorventes está menos sintético. Mas ressalta que o risco existe, principalmente se a mulher usar o mesmo absorvente por mais de oito horas seguidas. “A troca deve ocorrer no intervalo de duas a quatro horas para evitar o surgimento de fungos e bactérias. Quem tem fluxo intenso deve trocar o absorvente com mais frequência.”, diz. 
O coletor menstrual, que tem se popularizado no Brasil, é uma alternativa ao absorvente interno livre do risco de SCT, segundo a especialista. Entretanto, mesmo neste caso há um tempo máximo de uso recomendado: 12 horas seguidas.

Contrair herpes genital na gravidez aumenta risco de autismo no bebê, sugere estudo



As mulheres que contraem herpes genital nos primeiros meses de gravidez têm o dobro de
chances de dar à luz um bebê autista, informou nesta quarta-feira (23) uma equipe de 
pesquisadores noruegueses e americanos.
Um estudo publicado na revista "mSphere" é o primeiro a demonstrar que a resposta
imunológica de uma mulher pode ter efeitos nocivos no cérebro do feto em 
desenvolvimento e influenciar a probabilidade de que a criança tenha autismo.
"Acreditamos que a resposta imunológica da mãe ao vírus da herpes HSV-2 poderia 
afetar o desenvolvimento do sistema nervoso central do feto, aumentando o risco de autismo", 
explicou Milada Mahic, cientista do Centro de Infecção e Imunidade da Universidade de 
Columbia em Nova York, autora principal deste estudo.
O estudo avaliou amostras de sangue de 412 mães de filhos diagnosticados com autismo e 
63 mães de filhos sem autismo. As amostras foram coletadas na 18ª semana de gravidez e
 durante o parto.
As causas do Transtorno do Espectro Autista permanecem mal compreendidas, e os 
cientistas acreditam que a condição tem origem em alguma combinação de influências 
genéticas e ambientais.
Os pesquisadores acreditam que o risco de autismo nas crianças não está diretamente 
ligado à infecção do feto, porque neste caso poderia ser fatal.
Eles consideram que o risco está vinculado a uma reação do organismo da mãe ou a uma 
reativação da infecção somada a uma inflamação perto do útero.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

O USO CONTINUO DE DESCONGESTIONANTE NASAL PODE CAUSAR TROMBOSE, ARRITMIA, INSÔNIA E ATÉ PARADA CARDÍACA





Leticia Fernandes

É só mudar a temperatura e o tempo ficar mais seco que o nariz começa a coçar, irritar e ficar entupido, com isso as pessoas já começam a usar compulsivamente os descongestionantes nasais, para aliviar o incômodo. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam não é o catarro acumulado que entope o nariz, o que ocasiona esse sintoma é a dilatação dos vasos sanguíneos, devido ao aumento da quantidade de sangue que irriga o nariz, com isso os cornetos incham e
obstrui a passagem do ar.

Os descongestionantes nasais são agonistas de receptores alfa-2-adrenérgicos centrais e periféricos, estes causam vasoconstrição periférica com essa contração diminui o inchaço dos vasos sanguíneos e sobra mais passagem de ar, trazendo ao paciente um alívio imediato.


A longo prazo e em excesso o descongestionante pode causar lesões na mucosa, com o tempo a mucosa nasal passa a absorver pequenas quantidades dessa substância e isso vai para a corrente sanguínea, causando problemas cardíacos. Estes também elevam o
risco de trombose e formação de coágulos, em crianças pode ocasionar até a morte, por isso não é indicado, a superdosagem pode levar a parada cardíaca.

Um outro fator muito preocupante é que os descongestionantes nasais viciam, pois quando usados dão um alívio imediato, porém este é um grande risco porque a musculatura começa a não funcionar de maneira correta e o usuário precisa usar cada vez mais quantidade para manter o conforto nasal.

Segundo os médicos a melhor maneira de limpar o nariz é com soro fisiológico 0,9% ou solução de água com sal e bicarbonato, a higiene também pode ser feita durante o banho. A água e o calor ajudam a amolecer as crostas e facilitam a limpeza. Para aqueles que já viciaram nos descongestionantes, o tratamento é feito com medicamentos orais e injetáveis
que visam a recuperação da mucosa do nariz.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Estudantes da UNESP querem probiótico com bactérias produtoras de insulina

Fonte: G1/Globo.com

Objetivo é eliminar a necessidade de realizar as injeções subcutâneas. 
Estudantes fazem testes em Araraquara e buscam verba para competição.
Fabio RodriguesDo G1 São Carlos e Araraquara
Proteínas utilizadas nos testes de colorimetria e fixação  (Foto: Grupo SynBio Unesp AQA)Proteínas utilizadas nos testes de colorimetria e fixação (Foto: Grupo SynBio Unesp AQA)




















Desenvolver um probiótico voltado ao controle de insulina para portadores de diabetes é o foco de uma pesquisa desenvolvida por estudantes de engenharia de bioprocessos e biotecnologia da Faculdade Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Araraquara (SP).
O produto ainda não foi testado em humanos e não há prazo para que chegue ao mercado. Os pesquisadores ainda buscam verba para participar de uma competição que poderá fornecer materiais para desenvolvimento do projeto.
Reatores que simulam o sistema digestório humano  (Foto: Grupo SynBio Unesp AQA)Reatores que simulam o sistema digestório
humano (Foto: Grupo SynBio Unesp AQA)
Segundo o estudante Paulo José Corrêa Freire, o método pesquisado pela equipe é inovador. O projeto, denominado Insubiota, consiste em desenvolver um probiótico com microrganismos geneticamente modificados capazes de se instalarem na flora intestinal do portador de diabetes e produzir insulina de acordo com a necessidade do paciente e o nível de glicose no sangue, eliminando assim a necessidade de realizar as injeções subcutâneas de insulina, tratamento convencional para a diabetes.
Pré-teste
Na última sexta-feira (20), o grupo de 11 alunos realizou um pré-teste para um equipamento da universidade que simula o intestino humano. O objetivo era entender como se daria a fixação das bactérias em humanos. De acordo com Freire, esse é o único aparelho da América Latina que consegue fazer isso.
“A nossa ideia é criar um probiótico com bactérias produtoras de insulina. Ingeridas, elas iriam crescer na flora intestinal e produzir o hormônio, que será absorvido pelo portador de diabetes. É tudo um controle biológico molecular, controle de crescimento e de produção”, explicou o estudante.
Pingente com proteína verde fluorescente usada no teste (Foto: Grupo SynBio Unesp AQA)Pingente com proteína verde fluorescente usada no
teste realizado (Foto: Grupo SynBio Unesp AQA)
Competição
Para dar continuidade à pesquisa, os estudantes criaram uma vaquinha virtual para participar do iGEM, competição internacional de organismos geneticamente modificados, realizada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

O objetivo é arrecadar R$ 18 mil nos próximos 40 dias. Após a inscrição, que se encerra no fim de março, o grupo desenvolve o projeto e o apresenta no evento final, que vai ocorrer em Boston, nos Estados Unidos, de 9 a 13 de novembro de 2017.
O intuito da competição é incentivar estudantes e universidades de todo o mundo a desenvolver novos componentes biológicos inovadores produzidos através de microrganismos geneticamente modificados para este fim.
“Precisamos do dinheiro para fazer a inscrição. Assim que confirmarmos a participação, o próprio MIT envia uma quantidade bem grande de materiais para desenvolvimento do projeto, material genético que precisamos para transformar os nossos microrganismos em produtores de insulina. Para continuar a pesquisa, precisamos do auxílio desses materiais”, explicou o estudante.

Alunos de engenharia de bioprocessos e biotecnologia Unesp de Araraquara (Foto: Grupo SynBio Unesp AQA)Estudantes de engenharia de bioprocessos e biotecnologia Unesp (Foto: Grupo SynBio Unesp AQA
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sábado, 11 de fevereiro de 2017

Cuidados farmacêuticos melhoram resultados de tratamentos pelo país


No dia 20 de janeiro, o Brasil comemora o Dia do Farmacêutico. E, seguindo uma tendência verificada nos últimos cinco anos, mais brasileiros deverão se lembrar de cumprimentar esse profissional. A razão é bem simples. Os farmacêuticos estão mais próximos dos usuários de medicamentos, das pessoas.
A profissão vive um processo de profunda transformação, em que resgata a relação entre farmacêutico e paciente. Esse elo foi perdido justamente com a expansão da indústria farmacêutica, a partir da década de 1930, mesma da regulamentação da profissão.
Essenciais para ampliar e facilitar o acesso ao medicamento, a mecanização da indústria farmacêutica, o desenvolvimento das formulações padronizadas e a produção em larga escala, ao mesmo tempo, levou à quase obsolescência dos laboratórios magistrais das farmácias. Esse processo afastou o profissional de seus pacientes, nos estabelecimentos que se constituíam e ainda se constituem no principal ramo de atividade do farmacêutico, a farmácia comunitária. Neste, estão empregados 60% dos profissionais registrados.
Quem tem um olhar mais atento, já observa essa “involução” do modelo de atendimento. Isso já ocorre em boa parte das farmácias, que, em 2014, com a publicação da Lei nº 13.021/14 ganharam o status de estabelecimentos de saúde. Apoiados na lei, na expertise do farmacêutico, bem como no respaldo regulamentar que esse profissional tem das resoluções de nº 585/13 e nº 586/13, do Conselho Federal de Farmácia, os estabelecimentos estão investindo no cuidado ao cliente/paciente como diferencial no atendimento (confira os cases pelo país).
Essa transformação da profissão e a importância do cuidado farmacêutico estão sendo destacados na campanha do CFF e CRFs pelo Dia 20 de Janeiro. Lançada no início do mês, a campanha está sendo divulgada em TV, jornal, rádios, outdoors, busdoors, revistas de bordo, jornal e nas mídias sociais. Com o slogan “Faz bem contar com um farmacêutico”, destaca também as diferentes áreas de atuação farmacêutica. “A proposta é mostrar que faz bem contar com o farmacêutico, em qualquer área em que ele atue. E são muitas: a Farmácia tem dez linhas diferentes de atuação e 134 especialidades”, comenta o presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter da Silva Jorge João.
O presidente do CFF lembra que o Brasil é o sexto maior mercado do mundo em vendas de medicamentos conforme dados da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). “O que precisamos é melhorar nosso desempenho na área da pesquisa, uma vez que ocupamos a 47ª posição em inovação, também segundo a Interfarma.” Walter Jorge João destaca que, não por acaso, a Farmácia é uma das profissões campeãs em empregabilidade. Segundo Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de 2013 a Farmácia está entre as 10 profissões com maior taxa de trabalhadores ocupados (94,30%).
De acordo com estatísticas dos conselhos de Farmácia, existem cerca de 200 mil farmacêuticos no Brasil, sendo 195.022 registrados (dados de 2015). O país congrega o maior número de cursos de graduação na área do planeta, num total de 529. “Por ano, são graduados em torno de 18 mil novos farmacêuticos no país. Não faltam profissionais, embora seja necessária uma melhor distribuição dessa força de trabalho entre os estados, para o que temos buscado a instituição de mecanismos de incentivo e regulação por parte dos órgãos do governo”, comenta o presidente do CFF.
Em relação à remuneração, a pesquisa “O Perfil do Farmacêutico no Brasil”, publicada pelo CFF no mês de março aponta que a faixa salarial de R$ 2.001 a R$ 3.000 predomina em todas as regiões. As regiões Norte e Centro-Oeste apresentam os maiores porcentuais de profissionais com rendimentos na faixa acima de R$ 5.001. Nestas regiões, o porcentual de farmacêuticos com remuneração mensal superior a R$ 5 mil representa quase o dobro do verificado nas regiões Sul e Sudeste. Segundo a mesma pesquisa, os farmacêuticos em atuação no Brasil são jovens, atuam em sua grande maioria em farmácias comunitárias e em 30% dos estabelecimentos contam com espaço para atendimento clínico ao paciente.
História
A data foi escolhida em função da fundação da Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF), em 20 de janeiro de 1916. Na época, era a maior instituição representativa da categoria, no País. Considerando a necessidade de unificar a comemoração do Dia do Farmacêutico e por ensejar maior visibilidade e reconhecimento, o Conselho Federal de Farmácia, por meio da Resolução nº 460, de 23 de março de 2007, reconheceu o dia 20 de Janeiro como o Dia do Farmacêutico.
 Confira os cases pelo país
REDES JÁ TÊM 700 FARMÁCIAS COM CONSULTÓRIOS FARMACÊUTICOS
Na rede privada, são inúmeras as experiências. Mais de 700 farmácias pertencentes às grandes redes já colocaram salas de serviços farmacêuticos em funcionamento e 3 mil farmacêuticos que atuam nessas farmácias se inscreveram em cursos on-line oferecidos pela entidade que as congrega. A meta é chegar a 3 mil farmácias com serviços clínicos farmacêuticos em 2018.
Uma dessas redes, sediada em Campo Grande (MS), há pouco mais de um ano implantou o projeto Saúde em Dia, montando o seu primeiro consultório farmacêutico. Hoje, essa rede atende cerca de 20 pacientes por dia em 7 unidades. No ano de 2016 foram realizadas 1,8 mil consultas, sendo que cerca de 1,2 mil pacientes estão fidelizados ao programa. São pacientes hipertensos, portadores de diabetes e dislipidemia, que necessitam perder peso e que estão em uso de medicamentos. Todo início de mês, a rede promove nestas sete filiais o Cantinho da Saúde. Nos espaços montados em cada uma das unidades são realizados, gratuitamente, palestras, testes de dosagem de glicemia capilar e aferição de pressão arterial.
FARMÁCIA SE ESPECIALIZA EM CUIDADOS NA ALTA HOSPITALAR
Os serviços clínicos farmacêuticos também estão se disseminando entre as pequenas redes e os consultórios independentes. É o caso de uma farmácia de São Paulo (SP). Há dois anos, o estabelecimento começou a oferecer serviços clínicos farmacêuticos, além do atendimento multiprofissional e home care, com o apoio de médicos e grandes hospitais, entre os quais, o Hospital das Clínicas. A fórmula deu tão certo que a rede se prepara para abrir uma unidade especializada no atendimento a pacientes de alta hospitalar.
EM CAMPO GRANDE (MS), CUIDADO FARMACÊUTICO AUMENTA ADESÃO AO TRATAMENTO NO SUS
No serviço público, o Ministério da Saúde, formou mais de uma centena de profissionais em projetos desenvolvidos nas cidades de Curitiba/PR (em 2014), Recife/PE, Lagoa Santa e Betim/MG (em 2015). Há também iniciativas independentes do governo federal. Um exemplo é o recém-criado Serviço de Farmácia Clínica da Secretaria de Saúde (Sesau), de Campo Grande (MS). Oficializado no mês de junho, por meio da Resolução nº 261, da Sesau, está implantado em 10 unidades da rede municipal de saúde. Entre junho e dezembro foram atendidas 273 consultas. Como o serviço é recente, apenas 56 pacientes já realizaram consulta de retorno. Mas nesse pequeno grupo já é possível constatar resultados. Um deles é a adesão ao tratamento que pulou de 23% para 74%. Pacientes aderidos representam um menor número de intercorrências e mais economia para os cofres do SUS.

`Cavalo de Troia` bacteriano combate câncer com sucesso



Como resumiu o editor da revista médica “Science Translational Medicine”, “duas bactérias podem ser melhores do que uma”. Pesquisadores na Coreia do Sul, EUA e China recrutaram duas espécies diferentes desses seres para um objetivo nobre: tratar o câncer.

Bactérias podem ser tanto “do bem” como “do mal”. Há espécies vivendo dentro do ser humano fundamentais para o metabolismo do organismo, enquanto outras causam doenças. Curiosamente, em alguns casos injetar bactérias específicas em tumores pode ajudar a erradicá-los, ao estimular a inflamação e desencadear uma resposta imune antitumoral. “Exemplo clássico disso é a injeção de câncer da bexiga com bacilo Calmette Guérin,mas abordagens mais recentes têm usado bactérias de espécies dos gêneros Clostridium e Salmonella”.

Mas os autores do novo estudo dizem que até agora as diferentes estratégias para levar agentes terapêuticos até as células cancerosas têm vários obstáculos. Apesar de diferentes “cargas úteis” —como anticorpos ou proteínas tóxicas— terem sido usadas para aumentar a toxicidade anticâncer das bactérias, com algum efeito terapêutico, “elas ainda têm limitações, por exemplo: injeções múltiplas de bactérias são necessárias, e os tumores tendem a reaparecer”, dizem os autores na revista médica.

Não resta dúvida de que as bactérias se esbaldam no tecido canceroso. “Vasos sanguíneos anormais e regiões hipóxicas com pouco oxigênio e necróticas tecido lesado, morto são características universais de tumores sólidos. Estes ambientes hipóxicos e anóxicos sem oxigênio podem ser alvo de bactérias anaeróbicas obrigatórias ou facultativas, tais como Bifidobacterium, Salmonella,Escherichia, Clostridium e Listeria”, afirmam os cientistas.

A equipe de 14 pesquisadores usou uma cepa enfraquecida da espécie Salmonella typhimurium modificada por engenharia genética para produzir em grande quantidade a proteína flagelina B (FlaB) tirada de outra bactéria, a Vibrio vulnificus. O resultado foi excelente: as bactérias manipuladas geneticamente induziram uma resposta imunitária antitumoral eficaz, tratando com sucesso tumores em vários modelos diferentes de camundongos,e sem evidência de toxicidade.

“Em modelos de camundongos, observamos boa resposta nos cânceres de cólon, pulmão, mama, cérebro, cabeça e pescoço, colo do útero e melanoma”, afirmou à FolhaJung-JoonMin,umdos autores da pesquisa. Como diz o nome, a “flagelina” é uma proteína essencial para o desenvolvimento do flagelo das bactérias. O flagelo tem esse nome por conta da palavra latina para “chicote”. Ele tem essa forma de um longo filamento. A proteína se posiciona na forma de um cilindro oco que forma o filamento, o núcleo do flagelo.

A Vibrio vulnificus tem seis genes estruturais de flagelinas, das quais a FlaB parece ter o papel principal na formação da haste do flagelo. Mas, para o novo tipo de tratamento conhecido pela sigla em inglês BCT (Bacterial Cancer Therapy, Terapia do Câncer Bacteriana), o que mais interessa é o papel “adjuvante” da flagelina B —um adjuvante é um componente ou composto químico que potencializa a resposta imunitária.

No caso, isso significa induzir a infiltração de células de defesa (os “glóbulos brancos” do sangue), como neutrófilos e macrófagos. Essas estruturas atacam e destroem as células do tumor.

Gregos 

A pesquisa lembra um dos livros clássicos da literatura ocidental, a “Ilíada”, atribuída ao grego Homero. A obra narra como os gregos tomaram a cidade rival, Troia, ao darem um cavalo de madeira de presente e se retirarem, reconhecendo a derrota. Mas, dentro da obra, havia tropas gregas escondidas, que saíram e abriram os portões da cidade para o resto do exército.

A bactéria Salmonella era o “cavalo”, a flagelina FlaB os “gregos” e os macrófagos eram o resto do exército grego, que atacou assim que viu o caminho aberto.

“Nosso objetivo é completar a cepa perfeita para a terapia do câncer, ou seja, ter como alvo especificamente o câncer, sentir o microambiente do tumor e desencadear a produção de drogas, destruindo cânceres completamente e eventualmente fazê-los desaparecer do corpo”, afirma o pesquisador coreano Jung-Joon Min.
Fonte: Folha de S.Paulo
Autor: RICARDO BONALUME NETO

Descontinuação de medicamentos



Muitas podem ser as causas da falta de um determinado medicamento no mercado farmacêutico e a descontinuação de fabricação ou importação de medicamentos, mesmo que temporária, pode em alguns casos provocar o desabastecimento do mercado a ponto de comprometer a política de assistência farmacêutica e trazer consequências negativas à saúde da população.

Seja por motivos técnicos ou comerciais, a Anvisa entende que a gestão efetiva desse problema envolve o compartilhamento de responsabilidades para o adequado planejamento, monitoramento contínuo, comunicação eficiente e articulação entre fabricantes ou importadores e agentes públicos, profissionais de saúde e usuários para se evitar ou minimizar os possíveis impactos de desabastecimento.

A Anvisa não possui instrumento legal que impeça os laboratórios farmacêuticos de retirarem seus medicamentos do mercado. No entanto, dada a importância desse tema para a saúde pública, a Agência aprovou a RDC 18, de 04 de abril de 2014 , que regulamenta a forma de comunicação de descontinuação de produção e importação de medicamentos. As empresas devem comunicar a descontinuação definitiva ou temporária de fabricação ou importação de medicamentos, com pelo menos 180 dias de antecedência, devendo assegurar o fornecimento normal do produto durante esse período. O desrespeito à norma sujeita os infratores às penalidades previstas na Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977.

Nesse sentido, com o objetivo de dar transparência e de informar à sociedade, a Anvisa dá cumprimento ao disposto no Art. 9º, da RDC nº 18/2014, disponibilizando as listas de medicamentos para os quais os laboratórios notificaram a descontinuação ou reativação, a partir das informações prestadas pelo titular do registro do medicamento.

Todas as notificações apresentadas pelas empresas estão disponíveis para consulta ao cidadão, mas é importante informar que nem toda descontinuação gera desabastecimento de mercado. A Anvisa realiza o monitoramento das informações a partir dos dados apresentados pelas empresas e poderá adotar medidas adicionais com o objetivo de reduzir o impacto da descontinuação nos casos de risco de desabastecimento que possa comprometer a política de assistência farmacêutica e trazer consequências negativas à saúde da população, conforme prevê o Art. 11 da RDC 18/2014.

Com o objetivo de esclarecer e orientar a sociedade quanto aos motivos da descontinuação, as razões informadas pelas empresas foram classificadas pela Anvisa em cinco categorias, de acordo com a sua natureza:
CLASSIFICAÇÃO DE RAZÕES
DESCRIÇÃO
Questões logísticasO laboratório detentor do registro informa que teve problemas logísticos, tais como: aumento na demanda, problemas na liberação do produto importado e/ou fabricado, vendas comprometidas com setor público, entre outros. Enquadram-se também nessa categoria os casos de Transferência de Titularidade ou de Marca.
Motivação comercialO laboratório detentor do registro informa que não tem mais interesse na comercialização do medicamento. 
Parque fabrilO laboratório detentor do registro informa que será realizada adequação, inclusão ou alteração de local de fabricação, ou de local de uma etapa de fabricação, seja por opção do próprio laboratório ou por determinação sanitária
Processo de fabricaçãoO laboratório detentor do registro informa que será realizada alteração em qualquer etapa na fabricação do medicamento, seja por opção do próprio laboratório ou por determinação sanitária, tais como: troca de maquinário, troca de excipiente, alteração de fornecedor de matéria-prima, alteração de embalagem ou rotulagem, alteração nos cuidados de conservação ou prazo de validade, alteração do processo de produção, entre outros
Princípio ativoO laboratório detentor do registro informa que está com dificuldade de aquisição do principio ativo por troca de fornecedor, dificuldade de importação, questões logísticas, entre outros
Fonte: Anvisa

Ibuprofeno alivia pouco dor nas costas e tem efeitos colaterais


Após a ciência indicar que o paracetamol não é eficaz contra dores na coluna, um novo estudo conclui que o uso de ibuprofeno e aspirina não tem impacto clínico significativo no tratamento desse tipo de problema.
As substâncias do grupo de drogas anti-inflamatórias não esteroides são eficazes contra a dor nas costas, mas o efeito é muito pequeno.
Pesquisadores do Instituto de Saúde Global da Austrália realizaram um experimento com um grande grupo de pessoas que tiveram pouca ou nenhuma melhora atribuída aos efeitos dos medicamentos.
As 6.065 pessoas que participaram apresentaram 2,5 vezes mais chances de desenvolver problemas gastrointestinais, como úlceras e sangramentos.
“Não estamos argumentando que não se deve usar nada para aliviar a dor, mas as pessoas que usam esses tipos de medicamentos precisam saber que os benefícios são pequenos, que os seus efeitos colaterais podem ser danosos, e que conversar com médicos sobre os benefícios de outros tratamentos, como o exercício físico, pode valer a pena”, afirmou a pesquisadora Manuela Ferreira, ao The Guardian.
Chris Del Mar, especialista em medicina baseada em evidências, declarou à publicação britânica que 99,9% dos casos de dor aguda na coluna resolvem-se sozinhos, mas que as pessoas tomam remédios porque desejam uma solução – e os médicos recomendam os remédios porque precisam oferecer um tratamento que, aparentemente, atenda às expectativas do paciente. Del Mar, porém, afirma que médicos e pacientes dão muito mais crédito ao efeito dos remédios do que as evidências científicas indicam.
Foto: Reprodução/Thinkstock
Fonte: CRF/MG

O perigo de analgésicos sem controle médico


Em caso de dor de cabeça frequente e desconfortável, é importante a recomendação obrigatória da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) presente nas caixinhas dos analgésicos comercializados sem receita: não desaparecendo os sintomas, procure orientação médica.
Na revista "Headache" deste mês, o médico Franz Riederer e colaboradores relatam o encontro de alterações do córtex cerebral pelo excesso no uso desses remédios, sugerindo alterações neurobiológicas.
A enxaqueca também foi abordada neste mês na revista "Annals of Emergency Medicine". O médico Benjamin W. Friedman relata o atendimento de cerca de 1,2 milhão de pessoas anualmente em prontos-socorros norte-americanos –a doença atinge 18% das mulheres e 9% dos homens, segundo o texto.
O difícil diagnóstico de enxaqueca é feito com base nos sintomas clínicos, principalmente pelos neurologistas. Antigamente, a doença era relacionada a uma causa vascular.
Hoje, explica o especialista, estudos radiológicos avançados não sustentam essa causa e indicam uma alteração neurológica envolvendo estímulos periféricos transmitidos pelo sistema nervoso central.
Apesar de atualmente não haver exame laboratorial ou radiológico para confirmar o diagnóstico, uma resposta ao tratamento da dor não deve excluir a possibilidade de causa maligna para a dor de cabeça, explica Friedman.


Foto: Filipe Redondo/Folhapress
Fonte: CRF/MG

Funed busca parceiros para produzir remédios prioritários para o SUS

Fundação Ezequiel Dias (Funed), através de sua Diretoria Industrial, enviou ao Ministério da Saúde (MS), no final do ano passado, uma lista com 29 medicamentos estratégicos para o SUS que a Fundação tem interesse em produzir. Destes, cinco estão na lista publicada pelo Ministério da Saúde na Portaria nº 252, de 26 de janeiro de 2017.
A lista do Ministério contempla 52 medicamentos considerados elegíveis para apresentação de propostas de projetos de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) no ano de 2017. Os cinco nomes propostos pela Funed ao MS são Lenalidomida, utilizado para tratamento de mieloma múltiplo, os antineoplásicos Erlotinibe, Capecitabina, Dasatinib e o Sofosbuvir, utilizado para o tratamento da hepatite C em adultos.

De acordo com o diretor industrial Francisco Leal, “a Funed apresenta grande interesse em alavancar sua atual área fabril e já se encontra em negociações avançadas com parceiros, de forma a viabilizar a produção dos medicamentos estratégicos e, por conseguinte, fortalecer o abastecimento de medicamentos no Sistema Único de Saúde”.
Para a presidente em exercício na Fundação, Cármen Lúcia Soares, “as PDPs trazem captação de recursos para a instituição, proporcionando, além de independência financeira, conhecimento e tecnologia que ficam disponibilizados para novas descobertas e novos medicamentos, no futuro”.

Além dos cinco medicamentos que constam na lista do MS, a Funed incluiu outros 24 na listagem encaminhada e agora aguarda o pronunciamento do Ministério da Saúde. O prazo para a conclusão completa de uma PDP é de, aproximadamente, dez anos. Com cinco anos, já é possível o fornecimento do medicamento, em parceria, para que o Ministério da Saúde possa distribuir à rede pública de saúde.
Fonte: CRF/MG

Farmacopeia terá aumento de 50% no total de monografias


A 6ª edição da Farmacopeia Brasileira, prevista para ser publicada neste ano de 2017, receberá 326 novas monografias, o que representa um aumento de cerca de 50% em relação à edição anterior. A Farmacopeia Brasileira é um documento oficial que lista, por meio de monografias, os requisitos mínimos para a garantia da qualidade e da segurança dos medicamentos comercializados no país, sejam eles de referência, genéricos, similares, fitoterápicos, dentre outros.
O destaque da nova edição da Farmacopeia Brasileira é a inclusão de 150 monografias referentes a plantas medicinais, setor considerado estratégico para o Brasil na área de medicamentos. A Farmacopeia Brasileira, que é periodicamente atualizada, conta atualmente com 813 monografias, das quais 63 foram publicadas no passado.
Farmacopeias internacionais e outras metodologias
Todas as monografias que integram a Farmacopeia Brasileira têm os requisitos de qualidade e de segurança exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mas nem todos os medicamentos registrados no Brasil contam com monografias presentes neste compêndio.
Por causa disso, a Agência reconhece o uso de monografias existentes em outras dez farmacopeias internacionais ou o uso de metodologias próprias (não farmacopeicas) desenvolvidas pelos próprios fabricantes de medicamentos. Ou seja: na ausência de monografia oficial de matéria-prima, formas farmacêuticas, correlatos e métodos gerais inscritos na Farmacopeia Brasileira, poderá ser adotada monografia oficial, última edição, de outras farmacopeias reconhecidas pelo Brasil.
Quais são as farmacopeias aceitas pelo Brasil:
Alemanha
Estados Unidos
Argentina
Inglaterra
França
Japão
México
Portugal
Farmacopeia Europeia
Farmacopeia Internacional (OMS)
Nestes casos, quando uma empresa opta por utilizar uma metodologia prevista em uma farmacopeia, ela apresenta para Anvisa dados experimentais, comprovando a adequabilidade do método farmacopeico escolhido à análise de seu produto. Por outro lado, quando decide pela adoção de um método próprio (não farmacopeico), os dados experimentais a serem apresentados são bem mais extensos para a comprovação da adequabilidade do método ao fim proposto.
No caso da adoção de metodologia própria, a geração dos dados experimentais não é realizada conforme a vontade e o entendimento de cada empresa. Pelo contrário: as empresas precisam seguir Resoluções e Guias específicos da Anvisa, os quais apoiam-se em referências internacionais, incluindo farmacopeias e atos normativos de outras autoridades regulatórias.
Em síntese, no caso de se optar pelo uso de uma metodologia própria (não farmacopeica) para o registro de um medicamento, a empresa deve comprovar, por meio de dados experimentais, que os resultados obtidos pelo método interno são tão confiáveis quanto o método constante da Farmacopeia. Tais dados serão devidamente avaliados pela Agência, conforme diretrizes pré-estabelecidas em suas resoluções.
Atualização da Farmacopeia
O processo de inclusão de novas monografias na Farmacopeia Brasileira ocorre de três maneiras:
Adoção/adaptação de monografias de outras farmacopeias.
Adoção/adaptação de métodos desenvolvidos e validados pelos fabricantes.
Desenvolvimento próprio em laboratórios certificados.
Nos dois primeiros casos acima, o processo de inclusão depende de autorização dos desenvolvedores e detentores das metodologias, uma vez que as monografias são protegidas por direitos de propriedade autoral, intelectual e industrial.
Já o processo de desenvolvimento próprio é realizado por laboratórios analíticos de universidades federais. Estas novas monografias são desenvolvidas e validadas em um Laboratório e respaldadas por outros dois, devendo apresentar resultados reprodutíveis e robustos para aprovação.
O processo de escolha e priorização de desenvolvimento próprio de monografias leva em consideração aspectos econômicos (medicamentos mais comercializados), sociais (medicamentos para doenças negligenciadas ou com poucas opções terapêuticas), estratégicos (medicamentos constantes de programas governamentais) e técnicos (medicamentos não constantes em outras farmacopeias reconhecidas).
Quem compõe a Farmacopeia
A Farmacopeia Brasileira é composta  pelo Conselho Deliberativo, pelos Comitês Técnicos Temáticos e pela Coordenação da FB. O Conselho Deliberativo da Farmacopeia Brasileira é formado por representantes da academia (Universidades Federais), setor regulado (indústrias), Ministério da Saúde, Ministério da Ciência e Tecnologia, Conselho Federal de Farmácia e da Anvisa. O Conselho Deliberativo é responsável por definir as prioridades e apreciar o mérito de monografias a serem incorporadas na Farmacopeia Brasileira.
Os Comitês Técnicos Temáticos são formados por especialistas na respectiva temática, especialmente professores universitários e servidores da Anvisa. Os comitês são responsáveis por avaliar os dossiês das monografias candidatas a fazer parte do compendio. Atualmente, estão ativos 17 comitês, com cerca de 140 pesquisadores.
Já a coordenação da Farmacopeia Brasileira é uma unidade organizacional da Anvisa responsável pelo suporte administrativo e técnico-cientifico.
Neste link, você encontra todas as informações sobre a Farmacopeia Brasileira: